quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quando não houver mais lugar no inferno...

Não resisti e estou publicando o primeiro cartaz de divulgação de Walking dead, série televisiva que está sendo produzida pela britânica AMC e que estreará, conforme cronograma divulgado, em outubro. Calculo que, dependendo do sucesso, talvez em novembro ou dezembro já possamos conferir o resultado.



A AMC encomendou uma primeira leva de seis episódios a Frank Darabont, diretor do interessante O nevoeiro (The mist, 2007). O cineasta francês dirigirá o piloto e ficará responsável pelo roteiro e pela produção executiva e criativa dos demais episódios. Conforme o sucesso, não tenho dúvidas de que mais episódios virão.

Darabont, que não quer ficar de fora da moda que toma conta de Hollywood após a dinheirama que o superestimado Batman, o cavaleiro das trevas, de Chris Nolan, arrecadou mundo afora, está adaptando a série de quadrinhos Walking dead, de Robert Kirkman. Na trama, uma história simples como a que George A. Romero criou para seu primeiro filme, em 68: um grupo de pessoas, lideradas pelo policial Rick Grimes, busca sobreviver e se adaptar a um novo mundo após um inesperado holocausto zumbi. Darabont já anunciou que um de seus objetivos é homenagear fidedignamente as concepções romerianas. Veremos. Dados os temas que o diretor abordou em O nevoeiro, creio que ele tem um dos melhores materiais criativos em mãos para explorar seus conceitos fílmicos, e a ideia de transformar isso tudo em uma série televisiva é algo que pode dar muito certo. É só não seguir o tenebroso caminho que um tal de J. J. Abrams decidiu - ou não decidiu, só assinou cheques - para seu desastroso Lost.

Me anima o fato desse material cair nas mãos de Darabont, um sujeito que talvez conseguirá perceber que os dois primeiros filmes de Romero são duas alegorias grotescas mas brilhantes sobre a humanidade - e continuam atuais. A hora de mostrar essa atemporalidade da concepção romeriana é agora. Melhor que isso só se chamassem Tarantino para dirigir um episódio e o cineasta colocasse o próprio Romero para interpretar um zumbi com um cheque - ou uma revista em quadrinhos - em mãos.




3 comentários:

  1. Opa!

    Vou postar uns liks aqui, espero q o blog nao bloquei meu comentario.

    http://www.youtube.com/watch?v=_KKpGaMVdq4
    vdeo interessante com entrevista do diretor, confirmando tudo que você postou.

    http://www.youtube.com/watch?v=NS_5FV-W20g&feature=related
    Um fan film mt competente de uma das cenas mais fortes desta HQ.

    Abraços

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  2. É, Jorge, vamos torcer para o Darabont e seus colaboradores terem entendido os quadrinhos mais ou menos como este fã entendeu. Como a obra será uma série de filmes televisivos, com cerca de uma hora de duração, ao invés de um único filme de, digamos, duas horas, não duvido que o resultado consiga ser muito bom em termos de adaptação. Na verdade os quadrinhos são mais um pretexto para tentar refilmar materiais romerianos. Basta reassistir uma dúzia de vezes os dois primeiros filmes de Romero e, então, seguir os quadrinhos com calma, elaborando as células dramáticas com cuidado para que, de fato, o efeito seja apavorante em meio à ambientação fantástica que se quer, como fez Romero. E, em se tratando de ambientações fantásticas, Darabont tem experiência, embora não seja tão brilhante como Romero foi um dia.

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  3. A propósito, ainda estou trabalhando no texto sobre o segundo filme de Romero, por isso ainda não o disponibilizei. Está ficando grande e estou estudando a pertinência de algumas proposições. Às vezes me empolgo, lembrando daquela primeira que assisti o filme, há uns quinze anos atrás, hehehe. Talvez consiga publicá-lo aqui até o fim do mês.

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