segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Festival de Cinema de Berlim 2010

A edição 2010 do Festival de Cinema de Berlim teve como vencedor do Urso de Ouro de Melhor Filme Bal, ou, Honey, produção turca dirigida por Semih Kapanoglu. Passa-se em meio a uma comunidade agrícola localizada ao norte da Turquia. O enredo tematiza as relações familiares, especialmente entre um menino e seu pai, e tem como pano de fundo, além do espaço rural, a atividade paterna, baseada na apicultura. Muito interessante, mas, a princípio, nenhuma novidade. Entretanto, ainda não tive a oportunidade de assistir e, sabedor da enorme disposição com que os distribuidores brasileiros lançam os filmes alternativos, não estou nem um pouco otimista com relação a um lançamento nos próximos seis meses. Espero estar enganado. De qualquer forma, não posso emitir opinião sobre um filme que não assisti, mas, com base nas informações que foram passadas sobre o longa - embora geralmente essas informações são demaseadas superficiais -, parece que o enredo lembra uma centena de outros, de Vittorio de Sica, passando por Bille August até Clint Eastwood. Resta conhecer a abordagem narrativa. Imagino que seja um bom filme. Tenho um grande respeito pelo Festival de Berlim, o primeiro que teve a coragem de dar sua premiação máxima para um longa animado - A viagem de Chihiro, de Hayao Miyazaki, embora dividindo o prêmio com Domingo sangrento, do inglês Paul Greengrass, em 2002. Berlim é conhecido pela sua postura vanguardista, com prêmios inusitados e com seu costume em reconhecer novos talentos, como nesse caso, com um cineasta turco desconhecido fora de seu país.

Quanto aos demais prêmios, Roman Polanski levou a premiação máxima como diretor. Devo admitir que ele é o único premiado que conheço. O fato levantou polêmica em Berlim, em função de que Polanski encontra-se em prisão domiciliar. De qualquer forma, creio que foi uma boa escolha. O prêmio foi recebido em função de sua mais nova realização, The ghost writer, ou, O escritor fantasma. Polanski tem grandes realizações no currículo e merecia. Já havia sido agraciado em Cannes - mais de uma vez - mas ainda não tinha o reconhecimento em Berlim, pelo menos não até onde eu sei. Se ele merecia isso por The ghost writer só vou saber nos próximos meses, mas prometo um post sobre o cinema de Roman Polanski assim que assistir sua obra mais recente.

O restante das premiações foi destinada a desconhecidos. Para melhor ator, dois russos, melhor atriz, uma japonesa e, para melhor roteiro, dois chineses. O Grande Prêmio do Júri ficou para uma produção romena. Aliás, não é a primeira vez que o cinema romeno ganha destaque em grandes festivais. Está na hora de uma imersão no cinema desse país, o qual pouco ou quase nada conheço.

O presidente do júri? Werner Herzog, uma ótima escolha. Herzog sabe o que é cinema, tem um grande currículo e ultimamente voltou a fazer um cinema com qualidade. Diz ele que as decisões foram tranquilas e houve um mínimo de divergências. Imagino que sim, considerando sua vasta experiência e seu grande conhecimento cinematográfico.

Agora resta aguardar e, na medida do possível, conferir o que Berlim viu de bom nos últimos doze meses de cinema.

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