sexta-feira, 8 de junho de 2012

Filmes para temer no bom ou no mal sentido

- "[...] There's cotton candy, and rides, and all sorts of surprises down here. And balloons too, all colors".

- "Do they float?".

- "Oh yes, they float. And when your down here, with me, you float too".



Pennywise, o palhaço que dança, está voltando, desta vez em um longa-metragem. Instigadora de uma onda alucinante de coulrofobia (medo de palhaços), a obra It, de Stephen King, que talvez seja uma de suas melhores histórias de horror, será levada à telona, em duas partes, pela realizadora Cary Fukunaga (de Jane Eyre). Em 1990, a obra, conhecida no Brasil como A coisa, já tinha sido transformada em filme televisivo, com mais baixos que altos. O ponto alto daquela produção foi sem dúvida a interpretação de Tim Curry como Pennywise, monstro aracnídeo que se traveste de palhaço para atrair seu jantar: crianças. Não sem antes assustá-las, porque, segundo ele próprio, o medo torna suas carnes mais tenras e apetitosas. Vixe! Tive pesadelos lá pelos dez anos e passei a correr de palhaços depois disso. Tenho, aliás, ideias ótimas para o filme, mas não vou vendê-las barato caso a Warner, que vai financiar a nova adaptação, quiser arriscar. Não se arrependeriam, garanto. Seja como for, só torço para que o filme seja uma pura narrativa de horror, que misture Lang, Hitchcock e Romero, e não um videoclipe forjado por sustos e sangue, porque o material que eles têm em mãos é excelente para trabalhar o horror no seu sentido mais genuíno. Se fizerem tudo certo, os circos vão ir de vez à falência. Ah, e Tim Curry poderia reprisar seu papel, certamente.

Outra produção, cada vez mais adiada, que já me deixou curioso, mas não deixa mais, é World war Z, baseada na obra homônima de Max Brooks. Protagonizado por Brad Pitt e dirigido pelo, a meu ver, pouco empolgante Marc Forster, o longa deveria ter estreado no início deste ano. Foi adiado, sem muitas explicações. Quando isso acontece, meu caro, ou o filme será excelente (lembrem-se de Kubrick), ou uma porcaria. Geralmente ocorre o segundo caso. Agora, para piorar, o filme foi adiado para julho de 2013 porque o roteiro (que já foi filmado!) será reescrito por Damon Lindelof (o perdido de Lost), e essa reescrita será refilmada. Ora, me poupe. É muita pretensão. Fizeram porcaria e agora vão chamar um porcaria (me perdoem os fãs de Lost), que está com a bola toda depois que fez uns rabiscos para o novo Prometheus, de Ridley Scott, filme que estão querendo vender como cult antes mesmo de estrear. Imagino que a brincadeira toda não vai sair por menos de 250 milhões. Devem estar se borrando para o caso de o filme ser piada, como andam sendo as produções milionárias da Disney (John Carter e etc.), e levar muita gente à falência. Conheço pessoas que com 10 milhões (ou bem menos até) fariam coisa muuuito melhor. Horror e indústria, juntos, só produzem pastiche e sadismo. Horror mesmo depende de um realizador com muito mais visão e conhecimento que dólares nos bolsos.

Por último, foi anunciado que Neil Marshall dirigirá A última viagem do Demeter, sobre o navio em que viajou Drácula. Não sei o que pensar sobre isso, porque será a primeira vez que Marshall fará um filme sob encomenda (nem o roteiro será dele, mas do cara que escreveu o péssimo Caça às bruxas, com Nicolas Cage). Talvez Marshall consiga ter mão para fazer de uma encomenda algo legal, mas não sei se poderá ter voz, e isso é fundamental, ainda mais para um criador como ele, que realizou Abismo do medo, um dos melhores filmes de horror da década passada. Sem voz, o que se consegue fazer é um clipe, e clipes divertem e saciam perturbações - jamais dialogam com o medo. Meu interesse sempre foi esse diálogo.


Abraço!

Um comentário:

  1. Legal o It no cinema, espero que o mesmo ator represente o Pennywise, só digo uma coisa : tenho medo de palhaços.

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