quinta-feira, 11 de março de 2010

El Efecto

El Efecto é simplesmente a banda que mais escutei durante os anos de 2008 e 2009 (grande chances de 2010 também). Cada audição, especialmente de seu CD "A cidade almas adormecidas" de 2007, é um deleite, um prazer incomensurável para meus ouvidos.


Atitude, inovação, contracultura, energia e música de altíssima qualidade, estes palavras, consagradas pelos precursores do rock se aplicam perfeitamente a esta banda.

Como fã de rock progressivo e toda variedade da música e da arte que nos faz não morrer pela verdade, escuto e re-escuto El Efecto repetidamente. Aliás, repetição é algo que não se escuta nesta banda. O não compromisso com a forma e variação de ritmos é uma de suas marcas.


Descobri ela através de um email, datado de 21/12/2007 (que presente de Natal !), da "finada" MP3Magazine. Vejam a descrição:

EL EFECTO (Rio de Janeiro-RJ): Em seu segundo CD, "Cidade das Almas Adormecidas", o quinteto carioca consegue soar ainda mais complexo do que no anterior, "Como Qualquer Outra Coisa" (2005). A fórmula básica - new metal + jazz + qualquer coisa + letras ácidas - e a natureza progressiva permanecem inalteradas, porém o "xis" da questão, e que diferencia o El Efecto de todas as outras bandas do planeta, é justamente o ingrediente "qualquer coisa". O trabalho do El Efecto é feito para quem gosta de pensar, seja musical ou verbalmente.


Esta descrição me fez baixar o CD e, depois do choque da primeira audição, viciei. Um fenômeno parecido com aquele que acontece com quem vicia em Primus. Apesar da citação da banda de Les Claypool, El Efecto é muito mais profundo.


Letras profundas e som pesado em tempos em que muitas bandas se esforçam para ficar apenas na tensão superficial e sob águas bem limpinhas. É uma banda que do raso (cultural ?) dos dias atuais procura atingir o mais profundo e em sua sagaz e genial utopia simplesmente não deixa de caminhar.

Sagacidade, assonâncias, aliterações, algo raro em letras em português. Em um acalanto nada brando suas idéias são expressas. Não há dor que consiga hibernar. Nem mesmo no silêncio. Aliás, poucos são aqueles que enxergam a beleza no silêncio.

O lado social desta incomparável banda é, como qualquer outra coisa, uma parte importante que não passa despercebido nela. Sua necessidades básicas vão muito além de comida, água e luz. Suas necessidades básicas são informação e questionamento. Questionamento próprio inclusive.

Questionamento moral ao perguntar o que faz a fé e o que fazem os dêmoninos. Ao lembrar daqueles que são invisíveis e só podem comer o lixo e propaganda de rua e que ao mesmo são como lixo e os outdoors, parte da paisagem.

Por fim, ressalto que não foi objetivo deste pequeno texto fazer uma análise dos CDs ou músicas desta bandas genial. O objetivo principal é instigar o leitor a escutá-la. Como toda arte de primeira grandeza é extremamente complicado expressar sua beleza em palavras.

Em tempo sugiro que baixem as músicas em http://www.elefecto.com.br/museu.htm, escutem e releiam este texto. :)

Recentemente foram lançadas duas músicas novas (http://www.elefecto.com.br/novas.htm) de altíssimo nível. Sem dever nada a qualquer banda deste mundo em todos os sentidos.

Aproveito para fazer uma previsão: se o El Efecto manter este ritmo de trabalho, dedicação, superação de dificuldades e músicas genias (tenho certeza que eles tem capacidade para isto) irão ganhar um Grammy Latino na próxima década.

Ao ler sobre o Grammy é possível que seus integrantes torçam o nariz, mas eu peço que compareçam a festa, é um ciclo de ironia que se fecha. Seria tão perfeito quanto tocar a música Cidade das Almas Adormecidas no programa do Faustão !


El Efecto: vocês são imprescindíveis !


Escutando El Efecto – Os Seres.

2 comentários:

  1. Valeu Felten !!

    Além de ser um desafio escrever sobre esta banda ímpar também é um desafio instigante escrever neste blog cheio talento !! Mas como eu gosto de desafios... :)

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