Essa é para colorados e simpatizantes do Internacional, de Porto Alegre.
Sexta-feira da semana passada, dia 28 de maio, o técnico uruguaio Jorge Fossati foi demitido do Internacional. A diretoria não aceitou a fragilidade defensiva que o time demonstrou no jogo contra o Vasco, no Rio de Janeiro, pelo Campeonato Brasileiro, quando, vencendo por dois a zero, cedeu a virada e terminou derrotado por três a dois. Interinamente assumiu Enderson Moreira, profissional que trabalhava nos juniores e no Inter B, e que já havia treinado o time do Ipatinga na competição do ano passado.
Como já havia dito antes, reitero que, a meu ver, Jorge Fossati não foi o maior culpado pelo baixo e/ou duvidoso rendimento do Internacional este ano. Mas também não creio que ele foi uma boa contratação. Na verdade, foi uma aposta, bastante arriscada, por sinal. Trazer profissionais estrangeiros é sempre uma aposta arriscada, sobretudo pela mudança contextual que se impõe ao trabalho diário no futebol. O que evidentemente inclui a filosofia tática, principal deficiência de Fossati em nosso contexto. O Internacional, assim como quase todos os clubes brasileiros, já padeceu anteriormente com profissionais assim, mas entendo que é muito difícil deixar de reviver equívocos dessa natureza. Qualquer contratação de profissional técnico jamais deixará de ser uma aposta, mesmo que o sujeito seja multicampeão. Isso porque o técnico não pode ser individualmente responsabilizado pela conquista de um título, embora seja grande colaborador. E não é muito mais que isso que se busca hoje em dia: um bom colaborador. Foi o que levou o Real Madrid a pagar uma quantia impraticável para ter José Mourinho treinando a sua equipe e, assim, levá-la ao mesmo patamar futebolístico que chegou a Internazionale, de Milão, ex-clube do técnico português.
Interessante a resposta do time à demissão de Jorge Fossati: uma goleada de quatro a um no Atlético Paranaense, no Beira-Rio, onde o Internacional andava jogando com uma irritante apatia. A princípio subentende-se que a equipe não sentia-se à vontade com o comando do uruguaio, o que só poderá ser confirmado com os próximos jogos.
Se contratar um estrangeiro, bem como qualquer profissional, é uma aposta de trabalho, fazer isso durante uma competição é uma decisão ainda mais arriscada. Me parece ser difícil transformar a "cara" de uma equipe durante o percurso. Para tanto, é necessário alterações na filosofia de trabalho, e foi mais ou menos isso que aconteceu ano passado, quando o Internacional trouxe Mário Sérgio, que, linha dura, conseguiu certa empolgação que por pouco não trouxe o título máximo nacional aos colorados. Entretanto, mesmo com o percurso já avançado, que inclui as semifinais da Libertadores, há um elemento substancial para as ambições do Internacional: a Copa do Mundo, que permitirá um recesso e a realização de uma pré-temporada. Será essa pré-temporada que definirá os rumos da equipe no ano: se vencedor ou mero potencial candidato. Até então o Internacional jamais deixou de ser potencial, e é isso que entendo como o aspecto principal que Fernando Carvalho quer mudar. Ele sabe que, de um jeito ou de outro, tem a faca e o queijo nas mãos, e só perderá o maior título das américas para si mesmo. Isso porque eliminou o Estudiantes - o que, convenhamos, deve provocar um aumento muito grande na moral da equipe.
O Internacional quer, para suas ambições, contratar Luiz Felipe Scolari. Não sabemos até que ponto trata-se de uma mera especulação. Sabemos sim que esse tipo de negociação sempre ocorre nos mais discretos saguões dos bastidores. Seria, a meu ver, uma aposta com certa aura de exagero, em função dos custos de um profissional desse tipo, que pode cobrar o que bem quiser. A pergunta, então, seria esta: até que ponto tal investimento me impedirá de qualificar o elenco que de fato atuará dentro do campo? Se Felipão vier, certamente irá sugerir nomes, e não sabemos se o clube conseguirá arcar com tantas despesas. Ou ele trará contas, ou trará vitórias. E Felipão me parece ter perdido um pouco de sua empolgação ao frustar-se com a não conquista de um mundial por um país estrangeiro - Portugal -, a não conquista de uma Eurocopa e a não conquista de uma Liga dos Campeões da Europa, o que, se tivesse ocorrido, o tornaria uma lenda - e me parece que era isso que ele buscava.
Uma outra alternativa seria Abel Braga, o mais vitorioso treinador do Internacional. Agora rico com "petrodólares", poderia ser uma boa opção. Viria entusiasmado, e poderia entusiasmar o time. Contudo, acho que o mais importante, neste momento, é negociar Kléber Pereira e Edu, e evitar terminar o ano com déficit de quase dois milhões gerado por salários de jogadores que nada ou quase nada somaram à equipe. Isso sim foi uma estupidez tremenda, e nem Scolari poderá fazer mais que Fossati com atletas como esses à sua disposição. Muita coisa precisa mudar durante o recesso da Copa - e esperamos que mude.
Uma outra alternativa seria Abel Braga, o mais vitorioso treinador do Internacional. Agora rico com "petrodólares", poderia ser uma boa opção. Viria entusiasmado, e poderia entusiasmar o time. Contudo, acho que o mais importante, neste momento, é negociar Kléber Pereira e Edu, e evitar terminar o ano com déficit de quase dois milhões gerado por salários de jogadores que nada ou quase nada somaram à equipe. Isso sim foi uma estupidez tremenda, e nem Scolari poderá fazer mais que Fossati com atletas como esses à sua disposição. Muita coisa precisa mudar durante o recesso da Copa - e esperamos que mude.
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